01 outubro, 2014

Eu, meu carro e o pavão


Ha a natureza!
Eu gosto da natureza. Cuido pra não jogar coisas por aí, não deixo luz acesa, separo o lixo orgânico do inorgânico, desligo a torneira quando estou escovando os dentes e por aí vai ... E de tempos em tempos tento entrar em contato mais próximo dela também. Faço trilhas a pé e de bicicleta, vou correr nos parques, viajo pra acampar e aceito convites pra ir visitar fazendas. O problema é que a recíproca não é verdadeira. A natureza não gosta de mim. Sempre dá alguma merda e eu volto da minha incursão no mundo natural pior do que entrei. Vou citar alguns exemplos.
                              
- Ainda criança, menino moleque, fui a uma fazenda com meus pais. Brincadeira vai, brincadeira vem e quando volto pra casa percebo que minha perna está com uma marca que parece uma picada de mosquito, só que mais feio e dolorido. O tempo passa e aquela picada cresce feliz e faceira transformando-se em  um furúnculo gigante que não me permitia andar. Lembro que minha mãe até me levou em uma benzedeira que, na sua sabedoria de curandeira, receitou passar uma pasta de farinha com outra coisa que não me lembro o que é (a curandeira morreu uma semana depois disso - creepy!!!). Quando estourou, parecia um vulcão em erupção com toda sorte de nojeiras saindo. Entrei em desespero e por sorte meu irmão estava lá e calmamente (sério, meu irmão é calmo pra essas coisas e além disso a natureza é melhor com ele, mas depois eu conto) limpou tudo com algodão.


Olha meu amiguinho aí.
                                     
- Outra vez estava indo para a base aérea visitar umas pessoas com minha mãe e meu irmão. Fomos de ônibus que nos deixou alguns quarteirões antes. Era legal esses passeios em pessoas que moravam em casa porque nós morávamos em prédio e queríamos aproveitar ao máximo. Nesse curto caminho entre onde saltamos do ônibus e o portão da base, vimos um pé de goiaba. Não lembro de quem foi a ideia, mas entramos no quintal pra subir no pé e pegar algumas. Fui lá pegar e as melhores estavam em um galho meio fino pra ir andando em cima dele. Então eu me pendurei com as pernas e as mãos e fui me arrastando. No meio do caminho percebi uns zunidos. Eu não sei como mas não vi uma colmeia de marimbondos que saíram par ver o que estava acontecendo e ferrar com minha vida. Quando as picadas começaram eu me larguei lá de cima e caí de costas no chão.


Hahaha, esse se ferrou mais que eu.
                                          
 E sem falar de todas as vezes que ao menos um mosquito me ferroa e minha mão incha e vira um pão francês.

  Bom, mas o caso que quero contar é bem mais recente. Há umas semanas atrás fui em um balneário curtir um sol, piscina e .... a natureza. O lugar é bacana, tem lagos, criação de porcos, tanques com tartarugas e uma comida ótima. Passado um tempo que cheguei, um amigo foi lá me pegar para irmos em um campeonato de motocross que estava rolando ali perto.  Quando saí para ir para o carro dele percebi que havia um pavão perto do meu carro. Achei legal ver o bicho por ali e fui assistir o campeonato. Depois de uma hora mais ou menos, voltamos e adivinhem, o pavão ainda estava rondando meu carro. Aí achei estranho e cheguei perto pra dar uma olhada. Foi então que entendi o que estava acontecendo. Ele, o pavão, estava vendo seu reflexo no para-choque do carro e, com todo o seu cérebro de dois centímetros, teve como reação bicar o outro pavão. E fez isso por mais de uma hora. Pronto, a natureza atacava mais uma vez.


Olha o estrago.



Eis o culpado. E foda-se que é bonito.
Quando vi nem fiquei muito irritado. Passei pela entrada e só comentei com o dono do local "Preciso falar com você depois.". Acho que ele já estava sacando o que era o assunto porque quando entrei na piscina tinha umas pessoas comentando que um pavão tinha acabado com o para-choque de um carro.

No fim da darde quando estava indo com o dono ver meu carro ele estava por lá de novo. Pra ele ver que eu não estava tão calmo assim não, taquei uma pedra. Ele pagou a pintura.






24 setembro, 2014

Resenha - No Limite do Amanhã


Ontem assisti finalmente o "No Limite do Amanhã" e, acreditem, a crítica estava certa, é um puta filme bom pra caceta. Na história a Terra foi invadida por uns alienígenas disformes, cheios de tentáculos e que ficam girando tipo o Taz e, ao contrário da maioria das outras invasões alienígenas que a Terra já sofreu, esses E.T.s não têm um poder infinito e vão  dominar o planeta em três dias. Eles começam o ataque pela Europa e demoram anos pra conquistar alguns países. Técnica de guerrilha mesmo, tipo um Vietnã só que agora no mundo todo. O Tom Cruise (Bill Cage) é um major covardão do exército americano que trabalha com a publicidade do exército. Publicitário porque antes da invasão ele tinha uma empresa de publicidade e covardão porque logo no início ele é convocado por um general para registrar a invasão que vai ocorrer no dia seguinte e que é a grande promessa de vitória e ele diz que não quer ir.









 - Eu não sou soldado general. (e o general insiste)
 - É por isso que você vai pra lá com outros 1000 que são. Vai ser tranquilo rapá. (e o major continua)
 - Eu agradeço a honra mas vou ter que recusar. (e o general pensa: Covarde fdp.)
 - Não é uma oferta, é uma ordem.
 - Bom general, do mesmo jeito que eu fiz a publicidade positiva pra conseguir arrebanhar esse monte de besta que se alistou pra lutar contra esses polvos-gigantes-demônios-da-tasmânia, quando essa guerra terminar eu posso fazer sua caveira como o responsável pela morte do monte de besta. (já traduzido as entrelinhas)
 - Ok, você não vai registrar nada. (o general fala isso com um sorrisinho maléfico)


                                      

   Quando o Tom Cruise sai da sala, o general  manda prender. Ele foge e acaba recebendo um tiro de uma arma de choque bem no meio das fuças. Quando acorda ele já foi rebaixado pra soldado, e vai ter que lutar na guerra junto com o pelotão nove. Quem o recebe na base é o sumido do Bill Paxton que vai explicar o que está acontecendo, apresentar o pelotão nove e dar uma treinada pra tocar o pau no dia seguinte. Nessa hora que vê que não vai ter pra onde correr o Tom Cruise já está se borrando todo. 

  Até aqui é só firula pra dar o enredo do filme. O melhor vem agora. Na manhã seguinte, tipo um dia D já que a luta é em uma praia na França e os terráqueos estão crentes que vão vencer, dá tudo errado. Os aliens tão esperando eles e vai acontecendo um massacre. O Tom Cruise tá com uma armadura que não sabe usar e fica cambaleando pra lá e pra cá, desviando dos destroços. Quando ele consegue ativar a metralhadora da armadura ele, ao mesmo tempo que morre, mata um alien Alfa, que é mais poderoso que os outros, e o sangue desse  alien cai em cima dele.

Nessa hora o filme volta pro momento em que ele acorda do choque, na base, e começa tudo de novo. O Bill Paxton aparece, fala as mesmas coisas, e o Tom Cruise vai aos poucos entendendo a merda que aconteceu. Como agora ele sabe que vão perder a guerra, fica desesperado pra contar mas, é claro, ninguém acredita. Depois de umas vinte vezes (e isso não é nada porque até o filme terminar ele morre e volta umas 1000 vezes) que ele morre e volta ele tem a ideia de ir contar o que tá acontecendo pra Xena do lugar. É a lindinha da Emily Blunt (que eu vi pela primeira vez no O Diabo Veste Prada) (Rita Vrataski) que tem todo um status de mega guerreira porque já tinha conseguido matar um caralhão de alienígenas e usa uma espada gigante pra isso. Quando ele chega pra ela com a história ela já tem noção do que está acontecendo e dá um alívio.

Xena falsa
Xena verdadeira

Daí ele propõe o mais óbvio e o que facilitaria a vida de todo mundo. Vamos procurar o general e refazer toda a estratégia. Zzzzuuuummmm errado!! Ela conta que o que está acontecendo com ele já aconteceu com ela e que quando ela tentou contar quiseram interná-la. Acontece que ela perdeu o dom de "reiniciar o dia" porque em um dos dias que voltou não morreu e recebeu uma transfusão de sangue. Daí ela leva ele pra ir ver um cientista fudido que fica meio que escondido em uma salinha e que ninguém sabe que ele é cientista.

Cientista maluco
                                     
Eles contam que em breve ele vai começar a ter visões porque o alien mestre está tentando localizá-lo e essas visões vai revelar onde ele está. Então, basta matar o alien mestre que todos os outros perecerão. Logo ele tem a visão e o objetivo passa a ser chegar até uma represa que fica em uma montanha.

E a aflição começa. Como eles não podem contar pra ninguém o que tá acontecendo e que eles têm a chave pra salvar o mundo e era só confiarem neles porque eles sabiam o que estava acontecendo, eles decidiram ir andando da praia até a represa (que fica na montanha). Só que eles não conseguem andar cem metros na praia antes de morrer. E só pra lembrar, o Tom Cruise mal sabe usar a armadura. Daí uns 30 minutos do filme é o Tom Cruise treinando usar a armadura e eles tentando dar mais que 100 passos. Mas não é chato não. Várias vezes durante o treino ele se arrebenta todo, tipo quebra uma perna ou a coluna, e é legal ver ela dando um tiro na cabeça dele pra "reiniciar o dia". Nesse meio tempo também rola de leve uma paquerinha.


Até que o Tom Cruise consegue chegar na tal represa e surpresa, o alien mestre não está lá. Era uma armação dos sacripantas que implantaram uma visão falsa. De volta pra prancheta. Eles voltam pra ver o cientista e esse fala que tem um dispositivo que conecta as ondas mentais de um alien com o do alien mestre e daí é possível descobrir sua localização. Só que o dispositivo está no cofre na sala do general punheta que não acredita neles.


General chupeta
 Depois de voltar sei lá quantas vezes, eles conseguem fazer o general abrir o cofre e dar o dispositivo. Veja bem, bastava o general dar um voto de confiança e pensar "Ei, a Terra foi invadida por aliens, que loucura mais pode acontecer. Vou acreditar nesse doido e mandar um aviãozinho com uma bomba no lugar onde ele indicar. Vai que né?!". Mas não, o general dá o dispositivo mas manda prendê-los. Eles fogem e durante a fuga o Tom Cruise "pluga" o disposivo nele, se conecta com o alien mestre e descobre onde ele realmente está. Mas a fuga dá merda, eles são capturados e o Tom Cruise recebe uma transfusão. Pronto, acabou a parada de "deu errado tentamos de novo amanhã". Agora é tudo ou nada.

Eles fogem do hospital militar e decidem que vão sozinhos matar o monstro que está em baixo do Luvre, em Paris. Eles convencem o pelotão 9 a ajudar, roubam uma nave, voam até Paris (eles estão ali do lado, em Londres), todo mundo morre menos o Tom Cruise que consegue chegar perto do monstro e detonar várias granadas. Um pouco antes de morrer, já que estava muito ferido, o sangue do alien mestre  banha o corpo do Tom Cruise que, adivinhem .... reinicia o dia mais uma vez.


O filme é bom. Só pecou pelo argumento fraco de que "ninguém vai acreditar na gente".