“ Creio que o romance sempre foi um testemunho rebelde, de insubmissão. Em todas as épocas, os romances flagraram nossas carências, tudo aquilo que a realidade não nos pode dar e que, de alguma maneira, desejamos. Começamos a inventar porque o mundo não nos parece suficiente. O romance se situa justamente nessa compensação que o ser humano busca quando entende que a realidade não o satisfaz completamente. Por esse motivo, ele sempre causou desconfiança nos governos, nas instituições que pretendem controlar a vida. As religiões e os regimes autoritários nunca foram simpáticos ao romance. E penso que têm razão: ele é mesmo um gênero perigoso, porque provoca a imaginação, os desejos, e nos faz sentir que a vida não é bastante, que ela não consegue aplacar todos os nossos apetites e sonhos. O romance tem a ver com esse espírito rebelde. A invenção de outro mundo, de outra realidade, onde podemos nos refugiar e viver. Escapar por meio de fantasia. Acredito que essa é a origem de toda a ficção.”
Mario Vargas Llosa
Essa foi a resposta que o ganhador do Nobel de literatura desse ano, o peruano Mario Vargas Llosa, deu numa entrevista. Se você sente algo parecido com isso mas nunca escreveu nada, talvez seja um escritor e nem saiba. Ponha a imaginação para funcionar e mãos à obra.
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